sábado, 26 de novembro de 2011

O Trágico Fim

Jardim Botânico - Curitiba, PR (03/06/10)

Existe um certa sutileza ao se pensar em começo e fim de momentos que surgem em nossas vidas. Por convenção e organização definimos datas para realizarmos trabalho ou ainda temos que respeitar o ritmo da natureza. Isso quer dizer que devemos certamente cumprir com os prazos estabelecidos para desenvolvermos uma atividade e que não podemos simplesmente colher o fruto antes do seu tempo. Mas agora vamos pensar sobre o conhecimento e sobre os sentimentos.
Quando eu estava no mestrado e em fase de defesa me veio esse pensamento: "Mas o que me define um mestre?" "Quando é que posso me considerar com tal título?" Infelizmente as convenções adotadas extrapolam os campos aos quais essas podem atuar. Pois essa sutil medida ou definição de começo e fim não se ajusta a uma fase de aprendizado nem ao envolvimento afetivo. Tudo bem, podemos dizer que as etapas que permitem tal rótulo de mestre foram cumpridas, afinal tiveram disciplinas, créditos realizados, exames e por fim a defesa da dissertação. Agora pensando na formação do intelecto, essa está longe de ser devidamente avaliada e constatada como atingida.

Vamos pensar agora em uma questão mais complexa. Quando é que se termina um laço? Como é que podemos dizer que é o fim? Esse é um outro erro ao qual ainda não se tem uma melhor adequação e que nos causa tanto sofrimento e dor.
O começo surge na distração. Quando menos esperamos, estamos envolvidos nos sorrisos e no jeito de olhar de outra pessoa. O tempo passa e algo, que também não sei ao certo, torna-se discrepante incompreensível e incômodo e a "única solução" é terminar o ciclo e por fim ao laço.
Quanta burrice e ingenuidade jogar tudo nas contas do tempo. Esse coitado é simplesmente usado como refúgio para o que deve-se encarar desde cedo. Usamos de forma indevida e desfavorável toda potência desse Deus que governa em nosso mundo de percepções. Um sentimento não respeita datas, ele é como uma nebulosa se dissipando em átimos numa série ininterruputa de instantes. Como ajustar nossas ações á esse movimento? Como permitir que dessa nebulosa surja uma estrela? Peço para nos distanciarmos dos conceitos e de longe olhar com calma para os fatos. Vamos de mãos dadas? Acompanhe meus singelos pensamentos.

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