segunda-feira, 29 de junho de 2009

A impressão de mim mesmo

Squares with Concentric Circles - Kandinsky

Apesar da plenitude que a solidão oferece, se relacionar bem com uma pessoa, para alguns casos, pode ser fundamental para a felicidade. Uma das grandes vilãs do afeto mútuo entre os amantes são as impressões.
As impressões são aquelas suposições ou até mesmo conclusões precipitadas que temos e reagimos em função delas, ao observar fatos e tentar relacioná-los. Ao meu ver elas ocorrem em função de dois caráteres, com pessoas que pensam demais no relacionamento e com pessoas que não pensam. Como é de se esperar, a ponderação entre os dois extremos é ideal, uma vez que tanto pensar muito quanto não pensar pode ser confuso.

As impressões são de certa forma serenadas quando os comportamentos dos enamorados são regidos pelo princípio de naturalidade, onde ambos se conhecem bem e não vêm maldades nas atitudes do outro.

sábado, 27 de junho de 2009

A plenitude da solidão

Blue Nude - Matisse

Conversando comigo me perguntei - De onde vêm suas palavras? Que máquina ou ser incognoscível te impulsiona a proferi-las? Se elas sempre estiveram com você por que só agora às revelam? - Sob uma perspectiva mais sistemática eu diria que são questões complexas e que devem ser deixadas de lado, mas observando meu íntimo, digo que a grande causadora é a solidão.
A solidão é sempre vista como sinônimo de tristeza, mas vivenciando-a tenho outra perspectiva. Ela impulsiona. Quem contar minha história dirá que fui mal amado e que não tive outra escolha, mas como eu mesmo posso contá-la, digo que tive (e terei) grandes amores, porém não por isso, vou deixar de "amar a nossa falta mesma de amor". Acho correto pensar que só serei feliz com alguém, quando for feliz comigo mesmo e como ser feliz consigo mesmo sem aprender a conviver com a solidão?
Aliada ao perfecionismo e
à expectativa de afeto, a inspiração para a escrita surge como o vento, sem origem certa mas perceptível ao comprazer da pele.

O grito eloquente dos sentimentos

Music (1939) - Matisse

No silêncio do meu quarto, bem pertinho de mim, tem uma música sussurrando em meus ouvidos e me ajudando com essas palavras.
Fico grato à minha educação musical. Apesar de ter sido incômoda no princípio de aprendizagem, tanto no que diz respeito as habilidades quanto à motivação. Hoje ela favorece ao romantismo e ao grito eloqüente dos sentimentos perante o silêncio.
A música é assim em mim, quando canto (por mais que seja sozinho) estou narrando uma história, e quando a letra favorece, a intensidade das palavras me conduzem à, até então, inexplicáveis lembranças.
Agora elas fazem sentido.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Água parada

Rest - Picasso

Me sentindo como uma água em um vaso de flor, propícia ao mosquito da dengue, procurei fazer com que algumas gotas caíssem sobre mim e me movimentasse. Pudesse ser um pouco de areia, pois ela no corpo incomoda.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Introdução a mudanças

Weiches Hart - Kandinsky

O tema mudança permeia diversos momentos de minha história existencial, não que esse seja tão surpreendente a ponto de não ser comum à todos que vivem, mas sempre que me remeto a escrever algo sobre mim, a mudança está sempre presente.
A princípio elas sempre me assustam, me atraem pela novidade e me despertam receios pelo inesperado. Procuro às encarar como oportunidades. Oportunidade de sair da rotina, de me produzir movimento, de perturbar o espaço e deslocar a luz das estrelas. Mudanças são assim, o primeiro desafio é não temê-las, é considerar-se forte e não ter a ilusão de não tê-las.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Lendo seu corpo

Nu Allonge - Matisse

Lendo as páginas do seu corpo, contemplo seus movimentos e escrevo um discurso astucioso em sua pele. Erros são inadmissíveis, por isso o olhar é atento ao deslizar dos dedos. No desvio dos olhos, espio as pétalas vermelhas da rosa pluriaberta de Drummond e comungo dessa volúpia. Ao seu bel prazer te mostras obediência e cumpre com sua natureza expondo-se. Na compenetração da escrita brinco com as palavras unindo-as com esmero. Admirável mundo das letras.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Felicidade e o Auto-conhecimento

Verde sólido - Kandinsky

Tenho acompanhado os vídeos com as palestras de Flávio Gikovate e acredito que meus posts serão bastante influenciados por elas, ainda mais por que suas observações contribuem de forma significativa às reflexões e preocupações que me ocupam.
O primeiro vídeo que assisti tinha como tema "A Felicidade depende do Auto-conhecimento" e como sugere o título, o prof. traz suas observações quanto a capacidade do ser humano de se auto-conhecer e o quanto isso é fundamental para viver feliz em diversos aspectos da vida, como no amor e nas atividades que desenvolve.
Pra mim, o simples fato de encontrar seu trabalho já é motivo de alegria. E se estiverem dispostos a ver, entenderão que essa alegria é sobre mim mesmo e minhas faculdades.


A transição entre a realidade e o sonho

Still Life with Geraniums - Matisse

Hoje acordei cedo e posso dizer que já progredi. Apesar de preferir o horário dos felinos, as vezes as obrigações me chamam à acordar cedo. Sempre fico com remorso de perder o sol das 8:00, e sei o quanto é aprazível uma caminhada nesse horário, mas conheço minha natureza. Percebi que os melhores pensamentos surgem depois da meia-noite.
Há aqueles que surgem quando a mente está em seu momento de transição com os sonhos, esses sempre são interessantes, pois nesse momento estamos em um mundo paralelo e não distinguimos a realidade das fantasias. Acredito que é a melhor oportunidade de controlar nossa cegueira intelectual
.

domingo, 21 de junho de 2009

A arte de conversar e de representar o movimento

Icarus - Matisse

Na tentativa de me iniciar em um novo hobby fui até a Estação Ferroviária buscar uma paisagem para a primeira pintura. Mesmo achando que escolhi algo complexo (Monumento arquitetônico) consegui cumprir com a primeira etapa de fazer um esboço do que irei pintar.
Me vejo sem capacidade de arriscar uns desenhos abstratos (como Matisse acima), mas assim que as habilidades forem favoráveis, um turbilhão de idéias, que esperam ansiosas serem representadas, poderão adquirir formas e cores. Uma delas, é ter a capacidade de representar o movimento e os fatores implícitos que favoreceram a concepção da obra. Hoje mesmo na Estação, aquele som penetrante do apito do trem merecia constar na pintura, assim como as conversas simples e olhares curiosos.

Nota: havia um encontro de Ferreomodelismo e eu soube que o que puxa os trens é a eletricidade nos trilhos e não a mini-locomotiva.
O último trem com passageiros de São Carlos foi em 16 março de 2001.