sábado, 8 de dezembro de 2012

Aquele Olhar

Black Scketch - Matisse

Do inesperado fez-se o acalanto
e o silêncio numa espécie de encanto
deu aos olhos o seu dançar.
Que sem palavras conversavam,
sorriam e se tocavam,
desprovidos do julgar.

Da ausência de símbolos surge o beijo,
que aflorado em desejo,
fustiga meu juizo.
Já não sou são, vão ou triste,
ilusão se quer existe
e ainda assim não estou perdido.

A pele convidativa,
o suor desconcertante,
o cheiro charmoso
e um mistério intrigante.

A silhueta do corpo
me tornando sujeito.
De cabelo emaralhado,
nos olhos me deleito.

Convivo com todas elas,
sussurando-as tão belas,
cheias de cores e alegria.
Mas nem dispondo-as assim explico.
Ai de mim se mistifico
que aquele olhar é poesia.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre a formação

Ponte sobre o rio Chili, Misti ao fundo - Arequipa, Perú (14/07/2007)

Estranho essas honrarias àqueles de bons genes. Gente a quem a natureza foi caprichosa e findou suas dádivas. Para esses, os conselhos durante as aulas eram de pouco grado e os dois outros lado da tríade sócio-pisco-genética eram praticamente descartados.

Os que estavam perdidos foram embora sem ao menos entenderem os seus próprios desgostos. Faltaram-lhes paciência, ou será proximidade? Pois organizados ali por idade, se adequavam ao tempo certo de aprender e nada melhor do que longas provas para avaliar bem se esse tempo foi atingido.

Quem falava dispunha as sensações em uma vasta serialidade, (pois é assim que a criança aprende o mundo. Entende primeiro do que é constituída a matéria pra depois sentir fome) e absorto em conteúdo, não sabia olhar a curva de superação. Talvez faltava-lhe um pouco de vida ou ainda, vontade de viver.

Veja quem está vencendo os outros, seu dia-a-dia, seus valores! O pipoqueiro, se superou tamanhas vezes ao olhar da vida. Alguém viu?