Sentando no banco olhando o caminhar das moças estava o poeta. Suas palavras cruzavam a distância, os momentos, os lugares e o tempo e por isso chegavam até mim, que seguindo seu conselho ali estava, à conviver com meus poemas. Já faziam alguns dias desde quando eu havia penetrado surdamente no reino das palavras, mas frente a todo seu esplendor, engatinhava sob suas mil faces secretas.
Entrei algumas vezes no mar, caminhei sobre escorregadias pedras enquanto subia as montanhas, me deslumbrei com cidades vistas do alto e também com o corpo das mulheres. Estive ainda em acalentadoras conversas, oras com amigos oras comigo, sempre à observar o mistério dos símbolos. O que escrevi já não sei, já não sou. Pra onde irei já não vim. Transfigurado... nem mais homem, nem mais animal, um ser que sorri.
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